quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Era anunciado mais um fim...

O brilho nos olhos e o largo sorriso nos lábios, não tentavam ao menos esconder a tamanha felicidade, até a pouco esquecida.
Tudo voltava a estar nas mil maravilhas
Os carinhos, o aconchegante abraço, os deliciosos beijos...
As coisas voltavam a estar no seu devido lugar.
Mas até quando tudo continuaria tão perfeito?
De experiências anteriores já se havia aprendido, que nada permaneceria tão bom por muito tempo, mas apenas tempo o suficiente para se tornar cada vez mais difícil de esquecer.
Primeiro vinham às pequenas brigas, depois as não tão pequenas assim, e logo em seguida, como para não mudar o roteiro, a famosa frase “nós não estamos bem”, surgia para marcar presença, sendo cada vez mais presente no decorrer dos dias...
O possível e impossível havia sido feito para adiar aquele momento, o orgulho tantas vezes engolido, as desculpas tantas vezes proferida, mas nada do que fosse feito ou desfeito, parecia adiantar e o fim parecia, novamente, cada vez mais próximo.
A cada término, não muito distante, um recomeço. E o ciclo não cansava de se repetir... Idas e vindas, começos calorosos e apaixonados, términos gélidos e raivosos. Essa era a nossa sina.
A cada trajetória percorrida e findada, tentávamos corrigir nossos erros, amadurecer, tentar ver as coisas de maneiras distintas...
O que tanto dava errado? O que teimava em não funcionar, em não se encaixar?
Por falta de alternativas plausíveis, começava a acreditar que a tal da “incompatibilidade de gênios” estava a nos persegui.
Nada nunca era bom o suficiente, e nunca nada era suficientemente bom.
Por mais que tentássemos mudar, nossa essência sempre permaneceria a mesma, e era com ela que nós, por mais esforço que empregássemos, não conseguíamos lidar.
Como será possível amar uma pessoa “mais do que a si mesmo”, e ser esse um amor tão complicado ao ponto de lhe fazer desistir?
Como, simplesmente, se desiste de um amor de tamanha dimensão?
Não, não se desiste do amor, desiste-se de lutar por ele, desiste-se de acreditar que um dia ele possa vir a dar certo, perde-se a esperança de que finalmente um dia ele irá parar de lhe consumir por inteiro e apenas existirá... Sem dano algum causar.
O desapontamento refletido nos olhos e as lágrimas que rolam abundantemente pela face não tentam ao menos esconder a infinita tristeza até a pouco esquecida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vc sabe que sou sensível o bastante para chorar ou quase chorar num texto desses o.O uieheuihuiehuiheuieuihuie

Lindo, amiga!

Muito lindo!

Anônimo disse...

"Incompatibilidade de gênios..." Posso escutar perfeitamente o ricochetear dessa frase nas paredes. Bom texto...boa reflexão...péssima realidade! É melhor parafrasear Freud e dizer que "a felicidade não é uma experiência permanente". Para o teórico, o que devemos fazer é lutar para aproveitar cada minuto dessa felicidade, e quando ela acabar, lutar outra vez.
Talvez a vida seja mesmo mais injusta e a felicidade mais teimosa do que aparentam nas novelas. É nessas horas que sentimos vontade de jogar as armas no chão e desistir da briga. Cada um vai para o seu campo, retoma a sua vidinha pacata naquela cidadezinha do interior e finge ser feliz...